Ainda que eu pudesse me fazer clara e envolvente como as cenas de um filme bem produzido, e ainda que fosse possível ter a certeza de que essa minha clareza seria sinceramente captada de forma singela – aquela forma das coisas como elas são e nada mais- pelos corações bondosos de vocês, não teria condições de expressar a intensidade com que a lição da renúncia me visita a cada instante.
De passinho em passinho torto e medroso, tenho vivenciado tanto. Paulo já me avisara -com tamanha antecedência – que de nada valem todas as letras do mundo, sem o amor. Jesus, dentre tantos outros ensinamentos e conselhos, já havia me dito que seria necessário abandonar até mesmo minha própria vida, para conhecer a vida que é verdadeira, o reino de Deus que reside dentro de mim. Deus me permite experimentar nesta existência a vivência de um lírio do campo, ao qual Deus veste, cuida e protege, apenas para que ele nasça em meio ao lodo, resista e traga ao menos um tímido perfume a preencher o ambiente ao redor. Nada é tão grave quanto nos parece à primeira vista, quando temos por sustentáculo a confiança maior no amor, a fé. Diante de tanto amor e aprendizado, de tanto esforço e amparo, nada posso testemunhar além da incalculável bondade do Pai. Renunciar é um ato de extrema decisão. ‘E, se, com a mão no arado, olhares para trás, não será digno de mim’ – já alertou meu bondoso Mestre. Pois que a renúncia entrega à vida todo o amor que tenho pra dar. Meu pai Doutor já me ensinou as únicas coisas que levarei desta existência: meus amigos e minhas atitudes. Peço ao bom Deus que me ajude a sempre recordar que até mesmo o amor que sinto preciso completamente entregar. Quando ainda não me seja possível compreender e concordar, que, com e por muito amor, eu possa renunciar.
Sinceros desejos de Paz! <3